terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Passando por Litha

Com uma ajuda preciosa da artista Nahima

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Meu nada obscuro objeto do desejo

Formas arredondadas, cores marcantes, dimensões que me parecem mais que apropriadas para o meu corpo e suas necessidades.

Ela passa e captura meu olhar, encantado. Olho e já começo a pensar em justificativas de ordem prática para colocá-la de imediato na minha vida: compacta, fácil de usar, confortável, rápida, capaz de acomodar minhas coisas e tralhas, além de perfeita para meus deslocamentos cotidianos.

Mas de nada adianta tentar esconder meu olhar encantado, seduzido de joelhos, por trás de todo esse pragmatismo. São meus afetos que se tocam quando ela passa, ou quando a vejo ali parada, assuntando o tempo.


Audrey Hepburn também ficou enfeitiçada!
Ela é linda, por isso a desejo. E esse desejo vem como memória viva de outros tempos, da infância fascinada pela combinação de cores, pelo brilho dos detalhes cromados, pelo movimento, pelo ruído – ou ronco, melhor dizendo. Não me lembro quem a pilotava, era como se andasse sozinha e tivesse vida própria.

Alguém me carregou nela uma vez. Bem pequenina, de pé à frente daquele piloto invisível a meus olhinhos incrédulos, fui dona do vento, do céu, da vida.

Alguns anos mais tarde, descobri no cinema – outra intensa paixão – sua onipresença em filmes italianos das décadas dos 60 e 70. Mal me lembro dos enredos e das histórias, mas dela e das trilhas sonoras que a acompanhavam – ah, dessas não me esqueço.

Apesar do nome genérico – em inglês – pelo qual hoje a conhecemos, é ainda a marca italiana mais conhecida por aqui na minha infância que me vem à boca quando anuncio meu desejo: quero uma!!!